terça-feira, 21 de outubro de 2008

A CULPA É DE QUEM???

Nosso primeiro tema a ser debatido fere diretamente o direito de cátedra do corpo docente da nação.
Na matéria da veja de 20 de agosto de 2008, intitulada na sua capa como “Os Erros Não São Só Dele”, fomos surpreendidos com uma análise do grupo de “profissionais” da revista classista que dentre outras coisas , nos faz voltar no tempo do pensamento positivista do filósofo francês Auguste Comte. As teorias de Comte baseiam-se na idéia que “o estado positivo caracteriza-se, pela subordinação da imaginação e da argumentação à observação”, e é justamente o tipo de educação que a revista propõe como uma maneira de “avançarmos” na proposta de vida estabelecida por “eles”. A intenção da revista é tentar silenciar professores que abordam nas aulas questões de extrema importância para a formação de um cidadão conscientizado de que ele não está na Finlândia.
A demonstração clara de que a revista classista fala para poucos pode ser observada no modelo de família que a mesma propõe como sendo predominante “em boa parte dos lares brasileiros”. Esta família, dentre outras coisas, “decide assinatura de novos canais a cabo, o destino das próximas férias ou a hora de trocar de carro”, realidade esta que, estatisticamente comprovada, é a grande minoria do Brasil.
Agora, falando da grande maioria, a revista diz que “os pais mais pobres dão graças aos céus pelo fato de a escola fornecer merenda, segurança, e livros didáticos gratuitos”, e nosso papel como professores é justamente mostrar aos alunos quais motivos levaram seus pais a terem essa tal “felicidade mórbida”.
Nas essências de nossas idéias, trabalhamos e acreditamos no coletivo e por isso temos que abordar assuntos atuais como competitividade, mutações e globalizações, pois só assim nossos alunos entenderiam que a educação não é, foi ou será “competição internacional” e muito menos “apenas” preparação para o mercado de trabalho sendo que o mundo não é só trabalho, pois o ser humano precisa de momentos para refletir sobre seu papel como agente social, e esse local é a escola.
A política educacional, por exemplo, no Estado de São Paulo não ajuda o aluno na criação de um senso de compromisso, pois, como sabemos o requisito de avaliação do Estado está preso a assiduidade do aluno criando uma falsa alfabetização com a intenção de garantir recursos internacionais. Cabe a nós, professores, mostrarmos outras possibilidades além de se tornar “mais valia”.
Continuando com a análise da política educacional neoliberal apresentada na revista classista, 22% dos professores do ensino básico (ou seja, de 1ª a 4ª série) não têm diploma universitário. Nós acreditamos que este problema não pode ser atribuído ao profissional, pois tal atualização é um dever do Estado.
Segundo o texto, o mais importante na sala de aula é o ensino da matéria onde no mundo proposto, a empregabilidade e o sucesso profissional dependem do desempenho técnico e atualização do pensamento. Na nossa condição de professores a atualização do pensamento parte do princípio de que o conhecimento do presente deve-se ao complexo circulo de transformações. O interessante para o aluno não é só saber sobre os conflitos no continente africano. Hoje ele tem que entender que a partir do século XIX, com a expansão do pensamento burguês encabeçado pela Inglaterra, o continente foi retalhado com o propósito “civilizatório do progresso”. Essa atitude desencadeou conflitos étnicos (incentivado), causou rupturas no desenvolvimento natural incluindo uma organização política montada. Se isso não é estimular “o rigor intelectual” na análise técnica proposta pela revista o aluno pode ter a percepção de que o continente africano é um bom campo para o desenvolvimento da siderurgia que manipula o metal para a fabricação das armas sendo o próprio continente um mercado consumidor considerável. Essa análise fria, calculista e simplista deve e será combatida.
E por último, queremos deixar explícito no nosso manifesto, toda indignação pela postura da revista que é contrária a formação de cidadãos... se este não é o papel da escola, não sabemos o que é!!!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

NOSSA VITÓRIA NÃO SERÁ POR ACIDENTE!!!

Nosso objetivo neste espaço é proporcionar discussões que possam contribuir para o esclarecimento de assuntos atuais buscando sempre propostas para alterações e rompimento da visão do mundo fabricado com uma estrutura individualista, consumista, e que desconsidera o ser humano como agentes sociais. O nosso olhar se caracteriza como histórico e crítico sobre os assuntos relevantes, pois acreditamos que os acontecimentos atuais são reflexos e exemplos incontestáveis que o passado influenciou diretamente nos alicerces ideológicos do nosso tempo.
A estrutura básica do mundo ao qual pertencemos foi esculpida, modelada e nos é apresentada em “praça pública” como a única alternativa de realização, baseada em conceitos do senso comum que são manipulados pela grande mídia que presta serviços a grandes corporações “neoliberalistas” nos tratando como servos presos aos seus senhores feudais.
Somos a favor da plena soberania popular e por esse motivo o espaço está aberto a todos, não importando a linha ideológica, sempre respeitando e esperando respeito nas divergentes idéias. Porém este espaço não deverá ficar restrito somente no campo das idéias, devemos agir intensamente para a desarticulação do ser individual e articulação do ser coletivo.
Prof. Franklin - Prof. Gerson